Paróquia de Nossa Senhora do Montserrat    

Estrada dos Bandeirantes, 16.064- Vargem Grande

222783-113 – Rio de Janeiro – RJ

 

PROPRIETÁRIO:

Mitra Arquiepiscopal

Século: XVIII
Ano de construção: 1732
Breve História

O culto à Virgem Senhora do Montserrat surgiu por volta do ano de 546, na Catalunha, ao sul da Espanha: segundo relatos, um monge chamado Querino fundou um rudimentar mosteiro consagrado à imagem La Moreneta, como é chamada carinhosamente em virtude do tom de sua pele escurecida. De acordo com a tradição, no tempo das invasões na Península Ibérica pelos árabes, a imagem foi escondida numa caverna e só foi encontrada dois séculos depois, por volta de 946, por pastores da região, que a levaram de volta ao mosteiro em solene procissão. Os reis católicos de Aragão, de Castela e de Navarra subiram o monte humildemente, e foi com os donativos da nobreza que se ergueu o majestoso monastério. Entregue aos beneditinos, o tradicional edifício se eleva entre as gigantescas rochas que o rodeiam, cujos picos em forma de serra circundam o trono da Virgem Morena, La Moreneta de Montserrat.

No Brasil, o culto a esta santa chegou com os dominadores espanhóis, durante o período em que vigorou a União Ibérica, a unificação das Coroas espanhola e portuguesa em virtude da vacância do trono português. Foi em 1590 que D. Francisco de Souza, fiel e fervoroso devoto da Senhora de Montserrat, difundiu o culto da Virgem por onde passou. A capela de Vargem Pequena, originalmente dedicada à Nossa Senhora do Pilar e cujo frontão ainda é ornado com o símbolo da antiga padroeira, foi construída em meados do século XVII. Foi entregue desde o início aos cuidados dos monges beneditinos, proprietários das fazendas do Camorim e da Vargem conforme relato de Monsenhor Pizzarro, que a administraram por um longo tempo. No início do século XX, após o templo daqueles monges ruir em decorrência de um vendaval, a imagem de Nossa Senhora de Montserrat foi transladada para o monumento em epígrafe, ocorrendo a mudança de orago. Mais tarde, quando a capela foi reconstruída, a comunidade local não quis devolver a imagem. Desde então, a capela assumiu a invocação de Nossa Senhora de Montserrat. Por volta de 1950, sua imagem de madeira foi transferida para o mosteiro de São Bento, ficando em seu lugar uma réplica em gesso. Restaurada recentemente, a capela recebeu a alcunha de “Jóia do Império” por sua beleza.

Com duas janelas no coro e uma portada principal – todas com arco abatido e sobreverga – delineando a disposição das fenestras com vãos em V, a mesma sofreu descaracterizações no frontão, atualmente recortado com volutas, e na inserção de dois campanários, simulando duas torres. Sua planta é de nave única, com presbitério, sacristia e batistério na lateral do átrio.