Igreja de São Pedro
Avenida de Santa Cruz Nᵒ 11664 – Senador Vasconcelos – Rio de Janeiro – RJ CEP: 23013425
PROPRIETÁRIO:
Mitra Arquiepiscopal
DECRETO TOMBAMENTO:
DECRETO IRPH Nº 14.596/1996
Originalmente uma capela de fazenda (“Capela do Senhor Bom Jesus do Arnado e Senhora da Conceição do Lameirão”), a igreja de São Pedro sofreu os acréscimos que conferem sua volumetria já no decorrer do século XX, quando D. Júlia Campos de Oliveira Ramos adquiriu diversas propriedades e terrenos na região, entre 1910 e 1920. Neste período, a capela foi reformada e São Pedro foi adotado como orago. A data mais antiga referente ao monumento é da venda das terras do Lameirão, que pertenciam aos irmãos Gago – Aleixo Gago do Monte Carmelo; Luiz Gago da Câmara Machado; Francisco Gago do Monte Carmelo, todos os três religiosos – e as venderam para Manuel Suzano em 1743, mas uma capela já subsistia no local. Com portada única com o relevo com as chaves de São Pedro, de arco abatido e chaveta central, ladeada por dois nichos vazados em arco pleno e aduela decorada com um relevo de mãos apertadas.
No centro dos nichos, estão São Pedro como apóstolo do lado esquerdo e São Miguel do lado direito. São esculturas em pedra em estilo neogótico e de profunda expressividade e requinte. No segundo tramo horizontal do pórtico, há três janelas na altura do coro, sendo a do meio maior e com chaveta. No segundo capitel do cunhal está a cornija, que faz uma parábola atingindo o tímpano e literalmente achatando o óculo central do frontão triangular, terminado em acrotério. Há duas torres laterais, com porta, janela e campanário simples em sucessão vertical. Há uma estrela em relevo aplicada no entablamento antes da terminação das torres em forma piramidal. Resolução de Tombamento (IRPH): Decreto n° 14.596 de 28/02/96 – DOM de 29/02/96 – Tombamento: definitivo. “Capela do Senhor Bom Jesus do Arnado e Senhora da Conceição do Lameirão” era seu nome primeiro. Provável construção na segunda metade do século XVIII.
As terras pertenciam à Santa Igreja e eram chamadas de terras de Nossa Senhora. Estas haviam sido doadas pelo Capitão Francisco Telles Barreto em 1717 e nessa época faziam divisa com a fazenda do Bangu, fazenda do Viegas, fazenda dos Coqueiros (pertencente aos doadores), do Retiro, do Guandu, e engenhoca do Mendanha. A área da Fazenda então seria hoje o que conhecemos como Senador Camará, Jabour e parte do bairro de Santíssimo. Foi pintada em aquarela por Thomas Ender (expedição científica registrada no livro Travels in Brasil, in the years 1817-1820). Também aparece no “Livro de Registro de Terras da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro do Campo Grande”, levantado entre 1854 e 1856, após a Lei da Terra, de 1850, que aboliu o regime de concessão por “sesmarias”. Documento guardado no Arquivo Nacional. E também aparece no raro mapa do “Projeto do traçado para a Estrada de Ferro de Santa Cruz”, de 1874, em que é citada como “Capella do Lamarão”, talvez por desconhecimento ou erro de grafia. Documento guardado no Arquivo Nacional. Na Biblioteca Nacional há duas fotografias de Augusto Malta. Uma das ruínas da “velha capella na Estrada de Santa Cruz”, sem data. E a segunda, datada de 1935, onde se vê a construção atual e com o nome “Cap. São Pedro”. Há ainda mais um registro guardado no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Fotografia panorâmica com a Capela de São Pedro recém construída ao fundo e com a linha férrea. Nela se vê muito verde e pouquíssimas construções.”
Fonte: “Fazenda Bangu – A Joia do Sertão Carioca”.