A primitiva igreja de Jacarepaguá foi erigida em 1664 pelo padre Manuel de Araújo, já com a finalidade de servir como matriz – criada de direito três anos antes – diante do numeroso povo assentado nos engenhos e roças da localidade. Desmembrada da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá, foi reedificada no século XVIII num íngreme penedo de granito, próximo ao da primeira capela, já posta em ruínas e com poucos vestígios de seus alicerces quando da passagem de Monsenhor Pizarro por aqueles sítios nos princípios dos oitocentos . Nas Visitas Pastorais, ainda em 1794, o mesmo Pizarro cita ter encontrado no novo templo cinco retábulos (todos ainda existentes, com traços estilísticos mormente rococós): quatro laterais e um na capela-mor. 

Neste último, estava colocada a imagem do seu orago – Nossa Senhora do Loreto. Nos outros, estariam as esculturas de Nossa Senhora do Rosário, Sant’Ana, São Miguel e São Benedito (as duas últimas também remanescentes), todas titulares de irmandades ali instituídas à época. Este quadro devocional ratifica o programa iconográfico das igrejas matrizes coloniais. Com planta de nave única, a fachada apresenta portada simples, com arco e sobrevergas abatidos e chanfrados nas quinas, além de duas portas em cada uma das torres. Seguindo o padrão dos vãos das matrizes fluminenses no final do século XVIII, há três janelas no coro (estas arquitravadas) e duas torres, com óculo, campanário simples e terminação bulbosa, embora a torre da direita só tenha sido concluída tardiamente.